Parece que não nos estamos a aperceber que quer em Portugal, quer na Europa, o atual sistema partidário está a colidir fortemente com o sistema social que teimamos em manter.
Opinião

Diz-se que a democracia está em crise, hoje em dia. Numa abordagem superficial, ainda que pragmática, sem grandes preocupações epistemológicas, portanto, poder-se-á aceitar que sim, sobretudo no que ao regime político português diz respeito, mas não só, sendo que o problema não é de agora.

Chegou o período de férias e com ele a ligeireza com que se abordam determinados temas que conferiu a este período a conhecida catalogação de “silly season”, passe o estrangeirismo. Mesmo assim, é difícil entender a inversão de valores a que assistimos neste retângulo marítimo que nos foi dado habitar.

Há quem apelide o poder como um mal necessário. Porém, outros classificam-no como a necessidade de exercer o bem e o mal, dependendo de quem o exerce. A verdade é que sem poder ninguém consegue governar. Resta saber como se utiliza esse poder.

O Major General Isidro Morais Pereira fez saber que, respondendo a uma persistente e continuada insistência de inúmeras pessoas, para se candidatar à Presidência da República Portuguesa, decidiu dar um passo em frente.

A conhecida expressão “a montanha pariu um rato” é muito velha. Tanto que é atribuída ao filósofo romano Horácio, que a terá utilizado há mais de dois mil anos, com o intuito de manifestar a sua frustração com algo que gerou grandes expectativas, mas acabou por redundar numa insignificância, para não dizer num fracasso.

Nem todos temos a mesma conceção de destino.Uns são fatalistas, como o foi Camões, que acreditam que o destino está marcado e nada podemos fazer para o alterar. Outros são positivistas, acreditando que tudo pode ser melhor e que podemos sempre contribuir para essa melhoria.

No lançamento do livro “Um Homem Comum num Tempo Incomum”, onde o autor, António Lacerda Sales, relata a sua experiência enquanto médico e governante no dramático período da pandemia do COVID-19, a uma pergunta da assistência afirmou, sem qualquer rebuço: “entre seguir a lei e salvar duas crianças, escolheria salvar as crianças”.

A ação deste romance, saído na Âncora Editora, decorre entre julho de 1904 e a Semana Santa de 1908. Ou seja, quando o protagonista, Sebastião Fonte, termina os preparatórios no Liceu Nacional, encarreirado para o seminário, e, quatro anos depois, casa com Eunice Vasconcelos, sagrados pelo amigo, ex-colega e novo padre Leopoldo Abel. O que aconteceu, neste intervalo?

Não é a primeira vez que abordo este tema das candidaturas eleitorais independentes e bem poderá não ser a última, porquanto ainda faltam três ou quatro meses para as próximas eleições autárquicas, que estão agendadas lá para Setembro ou mesmo Outubro.