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Legalização automóvel

Sabia que se comprar um automóvel noutro país, quando o mesmo chega a Portugal, considera-se que efetuou uma importação? Para que o veículo possa circular nas estradas do território nacional, é necessário que o legalize. Desde logo, importa esclarecer que o processo de legalização automóvel difere consoante se trate de uma compra efetuada num país da União Europeia ou noutro país fora da União Europeia. Ressalvamos, desde já, que legalizar carros importados dentro do espaço da União Europeia é um processo mais simples e comum do que legalizar carros vindos fora da União Europeia (UE). Diferentes, também, são os prazos a cumprir, assim, o prazo para legalizar um carro importado (entregar a Declaração Aduaneira de Veículos) é de 20 dias úteis após entrada em território nacional. E, se não cumprir este prazo, poderá pagar uma coima por a Declaração Aduaneira de Veículos ter sido entregue com atraso (4% ano contados ao dia) desde o momento em que o imposto era devido até ao momento em que entregou a Declaração Aduaneira de Veículos (DAV). No entanto, este prazo não se aplica caso fosse residente no estrangeiro e venha definitivamente para Portugal e preencha todos os requisitos para pedir a isenção do Imposto Sobre Veículos (ISV) por transferência de residência, situação em que tem 12 meses a contar da data do atestado de partida para poder beneficiar dessa isenção. Por exemplo, se o seu atestado de partida diz que cancelou a residência no dia 1 de janeiro de 2023, terá até ao dia 1 de janeiro de 2024 para fazer a legalização do seu automóvel com o benefício de isenção de ISV (Imposto sobre veículos). Já no que diz respeito aos custos, não existe um valor fixo para todos os carros, pois o custo de legalização do automóvel depende de vários fatores, tais como: data da primeira matrícula, cilindrada (cm3), tipo de combustível e emissões de CO2. Comprar um carro fora de Portugal pode ter algumas vantagens e, em alguns casos, pode ser uma excelente oportunidade de negócio, no entanto, o processo de legalização de um automóvel importado é burocrático, pode ser demorado e tem custos que têm que ser bem analisados e ponderados antes da tomada de decisão. Aconselhe-se com um solicitador que é um profissional habilitado para o acompanhar em todo o processo.

Cristela Freixo

“Palavras que rimam resultam sempre”

"Palavras que rimam resultam sempre”. A frase não é minha, como conseguem perceber pelas aspas. Mas é um conselho sábio, lá isso é. A rima conquista, é uma verdade, porque nos fala ao coração. E nota-se que perdemos algum tempo no dicionário. Ainda que a poesia nunca tenha sido a minha cena na escrita (porque exige uma sensibilidade que eu, claramente, não possuo), gosto dela e de palavras que rimam. E gosto mesmo quando não rimam. Gosto de trava-línguas e lengalengas. Gosto de ditados populares e de slogans. Gosto, em resumo, da palavra. Misturada, triturada, amassada, cozida, assada, frita, com arroz ou só uma saladinha verde. Usando palavras repisadas por aí - “um gesto vale mais do que mil palavras”. Será? É capaz uma acção de apagar mil palavras? Isto é um contra-senso, quando firmamos palavras em papéis, para tornar a imortalizar. E onde fica o “palavra de honra”? Ainda que tudo o que acabei de descrever seja um acto. Como é, afinal? Ficamos com as palavras e esquecemos os actos? Ou ligamos só ao que é feito e nunca ao que é dito? É pena que ninguém tenha feito - ainda - um manual. Assim saberíamos quando deveríamos falar ou quando deveríamos fazer. Este plano tem buracos: algumas coisas não se podem fazer sem se explicar e outras fazem-se mas não se explicam. Mas eu cá não gosto do que não se explica. Por mim, o ideal seria, e até já vos disse, que a vida tivesse legendas. Um acompanhamento feito por palavras que seja capaz de entender. Se eu escrevesse poesia, todas as minhas palavras seriam clichês. Onde o “amor” rima com “calor” ou “dor” ou “ardor”. E “paixão” com “atenção”. Por extenso, não tenho limites. Gosto, afinal, da palavra solta. E gosto que me falem a cantar, com métrica e léxico rico. Acima de tudo, gosto que me falem com detalhe. Tudo explicadinho, como numa receita culinária, não gostasse eu tanto da palavra cozinhada. Afinal, se calhar o que o mundo precisa, em geral, é que nos digam rimas por- menorizadas e que não tenham atitudes que nos façam mal. Se assim fosse, viveríamos um eterno poema. Com rima ou sem rima.

Minuto e Meio

Se perguntarmos aos proprietários de imóveis/habitação, devolutos ou não devolutos, afectos ao alojamento local ou como habitação secundária, localizados quer em zonas urbanas ou rurais, se têm um sentimento de Confiança para arrendar esses imóveis, a resposta, aposto, vai ser: Não. Claro que não. E porquê? Porque é necessário que exista Confiança em todo o sistema de protecção das legítimas expectativas e direitos de ambas as partes num arrendamento. E como pode um proprietário ter essa Confiança quando os sinais, relativamente ao arrendamento, vão todos exactamente no sentido contrário ao de uma relação de Confiança? Como pode um proprietário ter Confiança quando o valor das rendas (de contratos duradouros e mais antigos) foi congelado para todo o sempre? Como pode um proprietário ter Confiança quando a actualização das rendas para 2023 foi de 2% (!) quando a taxa de inflacção em 2022 foi de 8% e a prevista para 2023 andará nos 5%? Como pode haver Confiança quando o Estado incentivou milhares de proprietários a investir no Alojamento Local e agora pretende sacrificar, discriminar e destruir esta actividade, colando-lhe o estigma e uma sentença de “culpado” do problema da habitação? Como pode existir Confiança quando o sistema legal, a velocidade da Justiça e a predisposição do próprio Estado é a de nunca defender devidamente o proprietário contra arrendatários que cometem abusos? O proprietário é sempre visto como um vilão. Portanto, como pode alguém confiar num Estado que não se importa com nada disto? Para concluir: à falta de sinais de Confiança, juntou agora o Estado a derradeira medida de quebra de Confiança: um regime forçado – de expropriação – para anunciar fazer o que nunca conseguirá (!) por esta via (pois a Vontade das pessoas não se estabelece por decreto). Muitos parabéns a estes políticos de plástico por estas políticas de ferro velho. É neles que vamos todos depositar muita mais Confiança a partir de agora. Tenho a certeza.

Telmo Cadavez