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DEPENDÊNCIAS AO VIRAR DA ESQUINA

Parece que não nos estamos a aperceber que quer em Portugal, quer na Europa, o atual sistema partidário está a colidir fortemente com o sistema social que teimamos em manter.

Em Portugal e mesmo na Europa, continuamos a lavrar no mesmo erro, ou seja, continuamos a acreditar no mesmo modelo social, parecido com o que foi criado no século passado. Mas as coisas são diferentes.

No século passado, como a economia era muito próspera porque havia muitos contribuintes e poucos beneficiários da Segurança Social, o equilíbrio era razoável e positivo. Além disso havia um equilíbrio demográfico. Hoje nada disto acontece. A economia está debilitada, o equilíbrio demográfico não existe, há poucos jovens para muitos idosos. Por outro lado, a quantidade de pessoas protegidas é uma imensidão.

Para reconhecermos esta faceta na sociedade portuguesa, basta passearmo-nos pelo interior do país, passar em algumas aldeias e logo nos apercebemos do despovoamento existente e no desequilíbrio social que existe. Os jovens desapareceram das aldeias.

Sabemos que agrada à população portuguesa ser protegida pelo Estado e os governos e todos os partidos apresentam frequentemente novos benefícios para salvaguardar a situação social dos mais desprotegidos.

Nos últimos anos aumentou a quantidade de subsídios a atribuir à população. Subsídios para tudo e mais alguma coisa. É verdade. Merecido ou não, não interessa para o caso. O que é necessário é dar subsídios pois isso pode trazer algo em troca.

Ora isto acontece igualmente na Europa. Depois da Segunda Guerra Mundial, a Europa viveu momentos de prosperidade, pelo menos até 1975. Depois até 1999 houve uma desindustrialização que trouxe consequências inesperadas e graves.

Na verdade, em todos os países e em todos os governos, passou a haver uma dependência enorme de subsídios. E aqui não se contabiliza a população em geral, mas essencialmente os que ficavam, de algum modo, perto dos governos e com eles conviviam politicamente. Os partidos ganhadores em eleições começaram a subsidiar os deputados por várias formas. A verdade é que pareciam verdadeiras agências de colocação. Era uma forma de dependência segura para os dois lados.

Os deputados submetiam-se e submetem-se sem problemas a esse tipo de dependência e não lhes interessa desviar o seu rumo, pois caso o façam, perdem essas prerrogativas incluindo não integrarem as listas em próximas eleições. As pessoas têm de se portar bem para poderem fazer parte das listas em eleições futuras.

O que verificamos agora é que a maior parte dos deputados não tem profissão, ou seja, não a exerce. Porquê? Porque se profissionalizam politicamente e o lugar que ocupam, passam a ser a sua profissão a tempo inteiro. É uma profissão bem paga, mas muito dependente.

E o que acontece depois? Pois, quando acaba o lugar de deputado, as pessoas como se profissionalizaram desta forma, não têm para onde ir. Ficam sujeitos aos subsídios vitalícios que o Estado lhes atribui e vão para casa descansar.

Claro que tudo depende do tempo que exerceram os seus lugares. Uns têm sorte de passarem muitos anos como deputados, mas outros saltam fora por motivos diversos passados quatro ou seis ou oito anos, o que agrava a situação dos próprios. Tudo depende também dos partidos a que estão ligados e que lhes permite serem deputados. Os lugares dos partidos na Assembleia da República, vão variando e exemplo disso foram as últimas eleições. Muitos deputados que já estavam a profissionalizar-se, acabaram por ter de abandonar os seus lugares. A dependência talvez se tenha perdido. Resta-lhes esperar por um subsídio do qual se tornarão dependentes ou tentar, se for caso disso, exercer outra profissão para a qual tenha aptidões. Enfim!

Este sistema partidário, definitivamente está ultrapassado.Perante um Sistema Social desadequado e um sistema partidário absolutamente dependente concomitantemente com um desequilíbrio social tremendo, a solução é uma mudança drástica urgente.

A verdade é que se este sistema partidário não mudar, o que acontece é que conduzirá o país a uma situação muito grave, já que as consequências são várias e em variadas vertentes. E quem não pensar nisto já, em breve se aperceberá disso. É que é já ao virar da esquina que pode haver um trambolhão enorme.

Assinatura de protocolo da linha ferroviária Porto–Zamora via Bragança é uma ligação “prioritária” para o Governo

Ter, 29/07/2025 - 11:15


No dia 23 de julho, foi formalmente assinado o protocolo que dá início ao estudo do corredor ferroviário de alta velocidade entre Porto e Zamora, uma ligação que irá passar pela região de Trás-os-Montes.

A hora é dos independentes

Diz-se que a democracia está em crise, hoje em dia. Numa abordagem superficial, ainda que pragmática, sem grandes preocupações epistemológicas, portanto, poder-se-á aceitar que sim, sobretudo no que ao regime político português diz respeito, mas não só, sendo que o problema não é de agora.

Crise que ganha corpo com o persistente desprestígio dos partidos políticos, sem exceção, que, quanto a mim, tem na hegemonia partidária a sua causa principal. Ou seja: os partidos políticos, que originalmente nem sequer foram citados pelos redatores das primeiras constituições democráticas, como é correntemente realçado por conhecidos politólogos, acabaram por eles próprios monopolizar e condicionar o acesso ao poder político democrático, arredando quaisquer outras organizações cívicas, culturais, ou de que natureza for, de se poderem candidatar a uma participação justa e construtiva na vida política comum.

É por demais evidente que este hegemónico monopólio partidário levou a que os partidos fossem preferencialmente tomados de assalto, mais do que seria razoável, por agentes oportunistas de inferior competência e tendencialmente corruptos, em procura de benefícios próprios ou pugnando por proveitos ilícitos de empresas privadas, remetendo o interesse nacional para segundo plano, com os prejuízos gravosos que daí advêm para a coletividade.

Claro que, se esta análise se alargar a todos os Estados da Europa democrática, haveremos de admitir que, mais do que uma crise da democracia, eventualmente tida como circunstancial, é a própria civilização europeia que está em causa. Civilização que tem história longa, como se sabe, cujas origens são vulgarmente remetidas para gregos, romanos e mesmo judeus, ainda que registe vários acidentes trágicos, os últimos dos quais aconteceram com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e a ainda mais devastadora Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Certo é que a democracia, liberal e representativa, alcançou o seu máximo esplendor de liberdade, igualdade, humanismo, representatividade e afirmação do estado de direito, mais genericamente falando, no período dito de pós-guerra, assumindo-se como o emblema essencial da que poderá ser justamente designada por civilização europeia, agora perigosamente ameaçada.

Tanto assim é que, quer a civilização, quer a democracia aqui referidas correm o risco de mais uma vez serem sacrificadas num potencial conflito militar alargado, já em curso, com intensidade, nas suas fronteiras e mesmo no seu interior, na modalidade de guerra híbrida. Tão pouco será de excluir a hipótese muito séria de uma alargada guerra civil europeia, causada, sobretudo, pelo fanático proselitismo islâmico, que tem conhecidas raízes históricas e que diariamente ganha terreno e força em vários Estados, incentivado pela pusilanimidade de muitos dirigentes europeus e dos vícios de toda a ordem alimentados pela dita hegemonia partidária, como bem se vê no regime político português.

Partidos nos quais, em muitos casos, se instalaram nefastas teias familiares, facções antagónicas, bandos de malfeitores e até sub-reptícios agentes inimigos. De tudo isto resulta o desprestígio generalizado dos partidos, mais visível nos que têm governado Portugal desde a implantação da democracia, por entre sucessivos escândalos e fracassos, a nível central e local.

Só assim se compreende, de resto, que Portugal continue posicionado no mais baixo patamar europeu, por maiores ajudas financeiras que continue a receber da União. O que também explica o crescente interesse pelas candidaturas independentes, para já apenas viáveis a nível autárquico e presidencial, ainda que seja desejável e salutar que, a breve prazo, também sejam implementadas a nível governamental ou parlamentar, como se queira.

Acreditando-se que as candidaturas independentes introduzirão uma melhor ligação dos políticos ao povo, maior isenção e participação cívica, mais competência governativa e maior dedicação à causa pública e ao interesse nacional. Importa clarificar, ainda assim, o conceito de “independente”, sem excluir os que abandonam os partidos em que militam em litígio com evidentes más práticas partidárias, independentemente das questões ideológicas que, hoje em dia, não passam de discursos tendencialmente demagógicos e populistas.

Ainda que se deva pôr a tónica nos cidadãos que são motivados pelo genuíno interesse de bem servir, sem menosprezar o justo desejo de realização pessoal. Havemos de concluir, portanto, que as candidaturas independentes, a serem plenamente assumidas, poderão representar uma positiva reforma política, a salvação da democracia e uma certa renovação civilizacional, perante a inação criminosa dos poderes partidários instalados.

Certo é que, quanto mais os partidos se desprestigiarem, mais crescerá o interesse dos eleitores pelas candidaturas independentes.

VERDADES A RIR

Chegou o período de férias e com ele a ligeireza com que se abordam determinados temas que conferiu a este período a conhecida catalogação de “silly season”, passe o estrangeirismo. Mesmo assim, é difícil entender a inversão de valores a que assistimos neste retângulo marítimo que nos foi dado habitar. Em Loures soube-se, pela voz do seu autarca, que no seu território se traficam barracas e que, em consequência, em vez de perseguir os autores e beneficiários do delito, penalizam-se as vítimas e retira-se o teto a quem já pouco teto tinha… com a justificação que era pouco, precário, desumano e insuficiente. Soube-se também, pela voz de José Soeiro, que no Porto, um tribunal decretou prisão preventiva a um cidadão emigrante, justificando tal medida com o risco de fuga. O pretenso delito, sendo questionável, não permite que me pronuncie sobre ele, não só por não me achar minimamente competente para o analisar, mas igualmente por não o conhecer de forma independente. Provavelmente a acusação é injusta, mas não é essa a questão que me leva a pronunciar. É a pena que me chamou a atenção. Ao réu foi aplicada a pena de expulsão do país que o mesmo contestou e, enquanto a contestou, foi preso… para evitar que saísse do país!!!

Por mera coincidência (ou não), entre os muitos convites que recebo para participação em concursos literários, com regulamentos mais ou menos sisudos, mais ou menos complexos, mais ou menos rígidos (há quem não conceba qualquer valor a um texto que não seja expresso em times new roman, tamanho 12, espaço 1,5), chegou-me, recentemente, um que preza pela ligeireza, embora, com graça, venha colocar o dedo em alguns aspetos menos conhecidos desta “atividade” paralela à produção cultural. O Ernesto Rodrigues, conhecedor do meio, no seu livro Cruzeiro Literário, já o abordara, embora menos explicitamente.

O promotor do Prémio Literário VS-Ernesto Sampaio, admitindo todos os géneros literários existentes e os que se possam inventar (o que é uma expressão máxima da liberdade que deve presidir a todo o ato criativo), informa com toda a clareza que o recurso a pseudónimo, sendo admitido, revela uma falta de confiança na idoneidade do júri cuja identidade é, inovadoramente, revelada desde já. E que, por sua vez, irá encontrar o vencedor usando métodos obscuros, mas honrados. Fica o aviso para quem, maquiavelicamente, trata de preparar a candidatura a um determinado prémio, “escolhendo” quem, por sua vez, irá selecionar “adequadamente” os membros de júri para assim garantir a indispensável independência!

Ora, no caso em apreço, fica explícito na regulamentação que não serão aceites quaisquer subornos (pois os jurados não prescindem de fazerem o que bem lhes apetecer) e igualmente a sua decisão não admite qualquer recurso, sendo “inclemente a choradinhos, esperneares, olhinhos, afagares indiscretos e quejandos”. Reclama ainda o óbvio, embora raramente admitido pelas entidades organizadoras: se não houver premiado, o montante amealhado com a poupança será esbanjado discricionariamente!

Brilhante.

Só me resta recordar, muito a propósito, o grande poeta popular António Aleixo:

“Julgando o dever cumprir

Sem descer no meu critério

Digo verdades a rir

Aos que nos mentem a sério.”

Chaves B vence GD Bragança e conquista Troféu Ximena pelo segundo ano consecutivo

Sáb, 26/07/2025 - 20:20


A formação transmontana do Chaves B venceu, por 0-3, o Grupo Desportivo de Bragança e conquistou pela segunda vez consecutiva o Troféu Ximena. A quinta edição do troféu de pré-temporada, que homenageia o antigo capitão e guarda-redes da formação brigantina, jogou-se no sábado, em Bragança.